Sabe aquele conselho: “leia o livro
antes de ver o filme”? Vou ser contrária a ele dessa vez. Para ter
uma experiência boa com Struck By Lightning,
recomendo assistir ao filme primeiro. O motivo é bem simples: o
filme mostra uma visão geral, um pouco “afastada” dos
acontecimentos da vida de Carson, enquanto o livro é, como diz o
título, o diário do próprio Carson, e torna tudo aquilo que foi
visto bem mais pessoal.
Agora é a hora
em que eu aviso que vou citar algumas coisas que acontecem no livro,
muitas já conhecidas, mas mesmo assim, fica o aviso.
O livro e o filme
contam a história de Carson Phillips, um adolescente prestes a se
formar no Ensino Médio e louco para sair da cidade pequena onde
mora. Sarcástico, inteligente e irritante, o jovem vem de um lar
partido, pais separados, a mãe viciada em remédios, o pai distante,
uma avó em um clínica por conta do Alzheimer. Para completar,
ninguém na escola gosta dele (com exceção de Malerie que, por
sinal, é uma figura divertidíssima). Talvez sejam exatamente essas
dificuldades que tornem Carson tão ácido, mas o seu humor chega a
doer.
Acontece que Carson
quer estudar em uma faculdade grande, longe de casa, imaginou um
futuro incrível para si, mas não consegue alcançar esses objetivos
porque, como o título do livro/filme sugere, é atingido por um
raio.
Enquanto
a narrativa do filme é feita em flashbacks,
no livro a história é contada dia a dia, enquanto Carson chantageia
seus colegas de escola para ajudarem em sua revista literária, que
contará créditos para sua entrada na universidade.
É triste? Muito.
Prepare os lencinhos porque eu achei muito trágico acompanhar a luta
dele apenas para chegar à morte do adolescente.
O que faz a
tristeza valer a pena são os diálogos hilários, os personagens
diversos (bastante estereotipados, o que é um problema na história,
mas o Colfer é um autor iniciante e até mesmo essa falha passa, de
tão boa que a trama é) e, no caso do filme, a interpretação da
Rebel Wilson, que transforma uma personagem que já era engraçada em
algo muito mais comédia.
Uma frase que eu
gostei bastante foi a respeito do Dwayne (que é chantageado por ter
drogas na mochila): “ele entrou, e a sala inteira, obviamente,
começou a cheirar a um show do Bob Marley”. São frases assim que
fazem o diferencial no livro.
Ah,
vale lembrar que todos os palavrões que não estão presentes do
filme, estão no livro, uma cascada de fucks
e shits.
O que
me leva a outro ponto fundamental: nem o livro e nem o filme estão
disponíveis em português. O filme, se vier a estrear no Brasil,
deve estrear na cena cult (mas
até lá, a internet é nossa amiga). Já o livro, é improvável ser
publicado se o filme não vier para cá, mas quem puder – e quiser
– lê-lo em inglês, vale bastante a pena.
Edição: agora o livro está disponível em português, pela Benvirá! (:
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