sexta-feira, 11 de março de 2016

Amor Bêbado


Espalhei por cada bar
um pouquinho do meu querer
agora não tem um boteco na cidade
no qual eu não tenha falado de você

O garçom já sabe
Conhece seu jeito e o que diz
Se familiarizou com o seu nome
Entendeu que você é o que eu sempre quis

Já xinguei o seu nome
enquanto bebia cerveja quente
Outro dia, te elogiei demais
culpa da tequila que subiu à mente

Meus amigos perguntam
e, mesmo sem querer falar,
me pego pedindo outra dose
para em seu copo poder reclamar

Esses dias visitei um boteco
de uma outra cidade, garçom diferente
não sei por que me surpreendi
quando ele disse já saber da gente

Hoje vou pedir um drinque
e já peço desculpas pelo que acontecer
o que eu faço quando bebo vodca
é melhor você nem saber

Poema baseado nessa imagem maravilhosa




terça-feira, 1 de março de 2016

O que aconteceu com a previsibilidade?

“Full House”, ou “Três É Demais”, estreou em 1987. Eu não era nascida, meus pais ainda não namoravam, ninguém sabia que um dia eu existiria. Minha existência só começa em 1995, curiosamente o ano em que a série acabou.

Não sei se era reprise ou se a série estava sendo exibida pela primeira vez mas, quando eu era bem pequena, a Warner passava a série. Foi a primeira série que eu me lembro de ver. Dentre as minhas poucas memórias de infância, essa está lá no topo. Eu, sentada na cama dos meus pais, entre os dois, rindo com Michelle, Stephanie e DJ. Eu amava a Michelle, e ria de tudo que ela fazia. Lembro que eu também adorava o tio Jesse (John Stamos) e detestava a Becky.


A verdade, que eu não digo tão frequentemente quanto realmente gostaria, é que “Full House” é a série da minha vida. Aprendi muita coisa com ela, absorvi muitos conselhos, e ela desencadeou uma série de coisas para mim. Por culpa dela é que eu virei fã das gêmeas Olsen, assistindo todos os filmes em fitas alugadas. Foi “Full House” que me fez perceber que ser emotiva não era algo tão ruim assim (a DJ era, afinal de contas, e eu queria ser a DJ quando eu crescesse), e que fez com que eu me interessasse por stand up comedy e, mais importante, pelo Bob Saget.

Um pouco depois de acabar de ver “Full House” pela primeira vez (sim, apesar de pequena, eu vi a série inteira), eu comecei a escrever diários. Acredito que eu tinha uns oito anos quando comecei, e nunca mais parei. Alguns desses diários ficaram perdidos, mas eu tenho orgulho de dizer que guardei a maior parte deles, e tenho guardados os meus diários desde 2007.

Eu os guardo porque gosto de reler o que eu escrevi nos diários, e também porque basta olhar as capas deles para saber quem eu era em cada época, e até mesmo qual era o ano. Dentro de cada diário, está uma boa parte do que eu era, do que eu pensava mas, acima de tudo, aquilo que eu esperava para a minha vida.

Quando anunciaram “Fuller House”, eu fiquei maravilhada. Só sabia chorar. A série da minha vida, voltando (reassisti todos os episódios da série original enquanto esperava a estreia chegar). Na hora de assistir, fiquei nervosa, com medo de terem estragado tudo o que tio Jesse, Joey e Danny haviam construído em oito excelentes temporadas. Mas me surpreendi.


“Fuller House” é incrível. Cada episódio é uma ótima história, a nova família da DJ é maravilhosa, eles trazem de volta velhos personagens e os mesclam com os novos de forma sensacional, coerente e sem perder o espírito original da família Tanner (agora Tanner-Fuller). A melhor diferença da nova série para a antiga é que o trio da vez é composto por mulheres, então a identificação é bem mais fácil - e frequente.

A pequena eu esperava que, aos 20 anos, eu estaria namorando sério, morando com o namorado, com uma boa carreira, escrevendo muitos livros, com um grupo de amigos como num filme. A realidade é que eu divido apartamento com duas meninas incríveis, tenho um excelente grupo de amigos, e tento escrever o máximo que posso.

Acho que a pequena DJ achava que estaria casada com o Steve, e não que fosse viúva de um outro homem. Assim como ela, também passei por situações complicadas nas quais precisei do apoio daqueles ao meu redor (todos nós passamos, não é mesmo?). Dessa vez, não vi a série entre meu pai e minha mãe, porque os dois se separaram.


Mas tudo bem. Se tem algo que aprendi com Full House é que não podemos controlar algumas coisas, nem prever o que nos acontecerá, mas podemos nos cercar de pessoas positivas que nos ajudem a passar por cada problema, cada angústia. E então, quando as coisas começarem a melhorar, elas ainda vão estar lá. Como o próprio tema da série diz: “onde quer que você olhe, tem um coração, uma mão para segurar”.