quarta-feira, 30 de setembro de 2015

with a little help from my friends #2 - Vinícius Spanghero


Hoje foi a vez do Vinícius Spanghero trocar playlist comigo. Já digo que fiquei maravilhada com a playlist dele e algumas já viraram favoritas. E, como ele perguntou, vai a resposta: eu danço em qualquer lugar, mas principalmente na cozinha.

Playlist de Vinícius para mim:


1. Freakshow - The Gothic Archies
Com esse projeto paralelo, o Stephin Merritt compôs uma música para cada livro de Desventuras em Série. Essa, no caso, é do 9º volume e acho que é um bom incentivo pra que você retome a leitura (2016 tá batendo aí com a série do Netflix, afinal de contas). Ouça em um cemitério, se possível.


2. Love Shack - The B-52s

Uma música que eu estou ouvindo bastante atualmente, além de ser uma perfeição pop é absurdamente divertida de se dançar em festas e reuniões de família.

3. Who - David Byrne & St. Vincent
Duas pessoas fodas decidem lançar um álbum juntas e o resultado não é parecido com a música de nenhuma das duas, mas uma coisa nova e sensacional. Sempre me imagino dançando no calçadão com essa música. Onde você dança?


4. Colossal Youth - Young Marble Giants
Young Marble Giants é a minha mais recente paixão musical. Todas as músicas são delicadas, quase que silenciosas, mas tão intensas quanto o punk dos Sex Pistols. Perfeito pra ouvir no escuro.








5. Common People - Pulp
Essa música me remete um pouco aquele sentimento clariciano de sentir saudades de algo que não vivi, porque me enche de uma nostalgia dos anos 90 mas com a idade que eu teria hoje. Wibbly-wobbly.


6. Trying - Bully
Essa banda eu conheci hoje, então achei relevante colocar aqui. O som é legal e a menina que canta tem um cabelo bacana. Ótima para se conhecer hoje ou ontem ou algum outro dia.


7. Do You Realize?? - The Flaming Lips
Por fim, a música que eu acho que é o mais próximo que o ser humano chegou de representar a sensação de se ascender, pós-vida, a um outro plano existencial. Talvez toque no meu velório (essa ou uma faixa da trilha sonora de Evangelion). Por favor, vá no meu velório, vai ter bolinha de queijo.


Minha playlist pra Vinícius:
 Eu queria músicas legais que ele gostasse, baseado no que eu conheço do (ótimo) gosto musical dele, e músicas importantes para mim.

1. Feist - I Feel It All
Essa música é uma das coisas mais adoravelmente melancólicas que eu já ouvi. A Feist tem uma voz muito gostosa de ouvir, e é muito fácil se identificar com as letras dela. “I Feel It All” é uma das minhas favoritas, e não sai da minha cabeça há dias.

2. Monty Python – Medical Love Song
Eu sou louca pelas músicas dos Python (ou qualquer coisa que eles façam, na verdade), e não podia deixá-los de fora dessa lista. Apesar de amar muitas outras faixas do “Monty Python Sings”, eu acho essa GENIAL. Eles usaram o conhecimento de Medicina do Graham Chapman e fizeram uma pseudo música de amor que lista várias DSTs. É sensacional. E uma curiosidade: Eric Idle, que a escreveu junto com Graham, só encontrou a gravação depois da morte dele, e ele conta que chorou muito quando chegou na parte que canta: “I left my body to science/but I'm afraid they've turned it down”.

3. Broken Social Scene – Lover's Spit
Uma das minhas favoritas na vida. Ela dá uma sensação de paz enorme, e eu perdi as contas de quantas vezes fui dormindo ouvindo o cd só para chegar nessa e eu dormir tranquila. A letra é lindíssima, e ela é uma das melhores coisas que eu já ouvi.

4. Cícero – Terminal Alvorada
O cd novo do Cícero acabou ganhando um espaço muito enorme no meu coração, e entrou para a lista daqueles indispensáveis. Eu fui ao show dele em junho, e essa é a última música. Eu adoro ela porque ela trata dessa coisa de encontrar as pessoas na rua, de falar rápido, de se afastar, de despedidas... Quando eu fui montar a playlist, pensei em te indicar ela principalmente porque quando a greve deixa, você fica entre dois lugares, né? E ela é linda demais!



5. Yann Tiersen – La Valse D'Amélie
Eu costumo dizer que “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” me persegue. É absurdo. Eu posso passar um ano sem ver o filme (o que acho que nunca aconteceu) que ele me acha. Já encontrei grafites dela, já entrei numa biblioteca e um moço começou a tocar o tema dela, já sonhei com... Isso sem falar nas postagens que aparecem em momentos muito propícios no meu facebook. Enfim, eu coloquei ela aqui porque eu já aceitei que é a música da minha vida, e eu não tenho como escapar de Amélie Poulain.

6. Ben Folds – Sentimental Guy
De primeira, eu pensei em colocar alguma do 8in8, o projeto da Amanda Palmer com o Ben Folds, simplesmente porque eu PRECISAVA ter Ben Folds aqui. Mas o 8in8 não faz jus à genialidade dele. Eu sou apaixonada de uma forma absurda por esse homem e, se um dia eu casar, é ele que vai estar lá, tocando para mim (queira ele ou não). Apesar de “Sentimental Guy” não ser a minha favorita dele, a letra é maravilhosa, eu queria ter escrito, e ele toca um piano absurdo.

7. Placebo e David Bowie – Without You I'm Nothing
Então, eu sei que você ama David Bowie, mas não tinha certeza se conhecia essa música. Na verdade, eu sou fã de Placebo há mais tempo do que do Bowie, mas quando conheci essa eu já era louca por ele e eu soube que ela viraria uma das músicas mais incríveis do mundo para mim. Ela mexe muito comigo, e eu acho maravilhosas as vozes do Brian e do David juntas, e é um musicão.
 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Crush do dia #1: James Bay

Numa das minhas conversas de bar, me sugeriram fazer uma coluna chamada "crush do dia", já que cada dia eu apareço com uma crush diferente. Achei a ideia ótima, e apresento a vocês a nova coluna do blog.

Todas as segundas, para melhorar a semana de vocês, vou fazer um post com alguém que esteja no meu coração nessa semana.

Para começar, escolhi um querido muito lindo, o James Bay.


Quando ouvi as músicas dele pela primeira vez, tinha certeza de que ele iria estourar. Dito e feito: ele está fazendo um sucesso enorme, principalmente lá fora.

Britânico de Hertfordshire, na Inglaterra, James parece uma mistura de John Mayer e James Morrison. Com letras românticas e sempre acompanhado de um violão ou guitarra, ele consegue traduzir muito bem musicalmente o que eu sinto. O álbum de estreia dele, "Chaos And The Calm", já se tornou um dos álbuns da minha vida.

James tem 25 anos, cabelos compridos sempre com um chapéu, ama The Smiths e usa um anel no indicador. Além de ser lindo e ter um sotaque delicioso de ouvir, ele é extremamente talentoso e tem uma voz que, como minha amiga disse muito bem, "não cabe dentro dele".

Deixo vocês com "Stealing Cars", a primeira música dele que eu ouvi, e a responsável por essa crush enorme.


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

with a little help from my friends #1 - Lucas

Há pouco tempo, descobri que a minha querida St. Vincent tem um programa na rádio da Apple, no qual ela faz playlists para as pessoas, de acordo com a situação de cada uma.

Eu ouvi todas as playlists, pensei sobre o assunto e foi então que tive a ideia de fazer algo com playlists por aqui. Chamei uns amigos e pedi para eles fazerem uma playlist para mim. 7 músicas que eles quisessem, e depois teriam que me dizer o porquê de escolher aquelas músicas. Em troca, eu faria o mesmo por eles.

Além de conhecer músicas novas, acabo conhecendo um pouco melhor meus amigos e o que eles ouvem.

Então, em algumas quartas, vocês vão poder conferir essa coluna aqui no blog. Como se trata de uma coluna de música e é com os amigos, eu chamei de "with a little help from my friends" e, para começar, a playlist do meu amigo Lucas.


Playlist de Lucas para mim:

Eu adorei a playlist. As que eu conhecia, ouvi de novo bem feliz, e adorei as que eu ainda não tinha ouvido. Ah, e quando ele fala da promoção da Cidade, é que nós fomos assistir à gravação do Invasão da Cidade com a Pitty, em comemoração ao nosso aniversário de amizade.

Eis as músicas que ele escolheu para mim:


1. Under The Bridge - Red Hot Chili Peppers 
O Raj a cantou em um dos episódios de The Big Bang Theory e eu ri demais. E você ama o Raj e eu adoro essa música.

2. You're A Lie - Slash ft Myles Kennedy 
  É uma das mais legais dos trabalhos mais recentes do slash e eu queria compartilhá-la com você.

3. Someday I'll Be Saturday Night - Bon Jovi 
 Eu amo essa música e ela é maravilhosa.

4. Mais - Capital Inicial 
Não achei um porquê (risos). Eu só gosto muito dela.

5. The Last Song - Foo Fighters 
Please, é Foo Fighters.

6. Highway To Hell - AC/DC 
Um clássico para dar um charme. 

7. Pitty – Memórias
Essa música me faz lembrar o dia da promoção da Rádio Cidade. Saudades.


Minha playlist pra Lucas
Meu objetivo quando eu fiz a playlist para ele era apresentar umas músicas novas para ele, e mostrar de novo algumas favoritas. Como Lucas é muito fã de rock, a playlist dele segue essa linha, com umas exceções fofinhas.


1. Tema de Baby Looney Tunes
Quando eu e Lucas nos conhecemos, cantamos essa música, e ela virou praticamente um hino da nossa amizade. 

2. Florence + The Machine – You've Got The Love
Essa música sempre me lembra meus amigos, e Lucas principalmente, por ele ser uma das poucas pessoas que aguenta durante minhas crises emocionais. 


3. Catfish & The Bottlemen - Cocoon
Ele já conhecia essa de tanto jogar FIFA, e eu sou louca pelo Catfish & The Bottlemen. Quando fui apresentar essa a ele (bem antes de fazer a playlist), ele disse que já conhecia, e ficamos amando Van McAnn juntos.

4. Dead Weather - No Horse
Mais pessoas precisam conhecer Dead Weather. Essa música é muito FUCKING boa.

5. ortoPilot – Young Folks
Esse é um cover que eu gosto muito de uma música que eu gosto muito, com uma letra que combina com a gente.

6. 2x0 Vargem Alta – Nada Mais
Um dos meus novos vícios e eu queria compartilhar com você por ser do filho da Cássia Eller e ser um musicão da MPB.


7. Chris Cornell - I Nearly Forgot My Broken Heart
Tão lindinha, e é nova do Chris Cornell. Muito boa!

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Somos os novos beats?

No último mês, pensei muito na minha geração. Algumas coisas que ouvi e li de amigos me fizeram refletir a respeito de nós. Começou com um artigo a respeito do Tinder e terminou com um texto maravilhoso da Débora Nisenbaum.

Enquanto remexia nos meus pensamentos, percebi que as características da minha geração me lembravam muito uma outra geração. De cara, achei que pudesse ser a geração woodstockiana, por essa vontade de morrer cedo fazendo algo marcante, por querer ser o oposto dos pais...

Mas peguei, por acaso, meu "Howl", do Allen Ginsberg, para ler, e cada palavra foi um soco no estômago. Estava lendo sobre os anseios das pessoas da minha faixa etária!

Seríamos nós os novos beats?



A geração beat existiu na década de 1950, embora os "criadores" do movimento, Allen Ginsberg e Jack Kerouac, não adotassem o termo. Eles eram, assim como os woodstockers, uma geração que buscava ser justamente o oposto de tudo o que seus pais eram. Percebo, na minha geração, a mesma tendência: não queremos repetir os erros de nossos pais, a homofobia, os preconceitos.

As semelhanças, entretanto, não param por aí. Os beats apreciavam estilos musicais considerados underground, como o jazz. Hoje, o indie ocupa esse lugar. Quanto menos conhecida uma banda, mais cool você é por gostar.

Havia uma grande preocupação em eliminar os tabus ao falar de sexo (gay ou hétero) e drogas, e um descontentamento maior ainda com o capitalismo. Além disso, os maiores representantes do movimento beat possuíam educação formal, mas prezavam pela cultura e arte feita por qualquer um.

No que diz respeito à escrita, os poetas da época queriam fugir dos métodos tradicionais e criavam novas formas de escrever. Apesar de não haver nada escrito dizendo que eles desejavam morrer cedo, os textos que escreviam deixavam claro que a morte não era preocupação.

O que percebo é que somos muito semelhantes. Queremos escapar dessas amarras da geração anterior, provar que somos muito mais do que parecemos ser, fugir dos rótulos e amar livremente. O Tinder está aí, o maior exemplo dessa libertação e dessa opção de amar (e transar) com quem quisermos. Ao mesmo tempo, não ligamos para o que pensam de nós, como nossos amigos beatniks, e falamos o que pensamos e como pensamos, sem medo da censura.

Estamos insatisfeitos com a nossa realidade, achamos que viver da arte é mais importante do que passar toda a vida fazendo algo que não gostamos, defendemos a liberdade de expressão. Boa parte de nós usa drogas, e luta pela legalização delas, bebe e fuma.

Não estou dizendo, de forma alguma, que essas mesmas inquietações não existiram em outras gerações. É que, ao meu ver, a nossa e a beat são as que as apresentam de forma mais acentuada. 

Onde quer que estejam, Allen e Kerouac devem estar satisfeitos em saber que seu legado não ficou apenas no que escreveram: estamos fazendo o que eles fizeram há alguns anos atrás. A diferença é que temos a internet dessa vez, o que nos torna uma voz mais forte.

Façamos bom uso dela.