sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Visibilidade para quem?

Estamos na Semana da Visibilidade Lésbica, mas você provavelmente não sabia disso. O motivo é bem simples: assim como na maioria das coisas, o  movimento LGBTQ+ é dominado por homens. Não estou inventando isso. Normalmente, os homens gays têm mais espaço dentro do movimento do que @s trans* ou as lésbicas (isso sem nem falar nos assexuais).

No facebook, por exemplo, são poucos os gays que manifestaram apoio à semana, enquanto as lésbicas sempre mostram se importar com as questões dos homens gays.

A Semana da Visibilidade Lésbica é de extrema importância, e tenho visto pouco sendo falado sobre ela, por isso a minha necessidade de postar aqui sobre isso. Além disso, como feminista eu defendo muito a causa.

O dia da Visibilidade Lésbica é amanhã, dia 29 de agosto. A data foi instituída por ativistas por conta da data do primeiro Seminário Nacional de Lésbicas, o SENALE, em 1996.

Ao pesquisar a palavra "lésbica" no google, os primeiros resultados são links para vídeos pornôs. Chega a dar uma raivinha no coração, uma vontade de sacudir os moços hétero e dizer que as lésbicas não estão aí no mundo para dar prazer a eles, e que aquilo ali que eles estão vendo é tudo mentirinha.

Também acho importante desmistificar que lésbica é durona, que casais lésbicos têm que ter uma "mulher mais machona e uma mais mulherzinha". O que faz uma mulher ser homossexual é ela se sentir atraída por mulheres, não o tipo de roupa ou o corte de cabelo dela. E nenhum casal tem que seguir nenhum tipo de "modelo": as pessoas se apaixonam por quem se apaixonam, e ponto. Às vezes, acontece de ser uma mulher que segue mais o que é socialmente definido como feminino e outra não.

Foto de Sabrina Lee



Estou esquecendo de milhares de pontos que eu gostaria de tocar aqui nesse post, e peço desculpas por isso. Não queria deixar a data passar em branco e achei extremamente importante lembrar dessas questões. Às amigas lésbicas, que vocês consigam mais espaço dentro do movimento LGBTQ+, que os homens parem de vê-las apenas como uma forma de suprir fantasias sexuais, que vocês conquistem cada vez mais respeito e visibilidade e que ano que vem eu veja todo o meu facebook lembrando da existência - e da luta - de vocês. ♡

domingo, 23 de agosto de 2015

Playlists favoritas no Spotify




Ultimamente, tenho falado muito sobre música aqui, e tenho passado bastante tempo no Spotify, conhecendo novas músicas e playlists. Por isso, decidi fazer minha coisa favorita: uma lista! Escolhi sete playlists que eu ouço sem parar por lá.


"Eargasms", James Bay

                                   

Esse lindo que eu amo tanto tem essa playlist, que é um conjunto de músicas maravilhosas (sério, não tem UMA ruim), para todos os gostos. O que me fez seguir essa playlist foi ver que tem Paolo Nutini, Florence e, é claro, Catfish & The Bottlemen.

"#SolDaManhã", Raul de Paula, da Supercombo

                                  

Todas as playlists da banda são ótimas (o Toledo tem uma que tem minha música favorita do Jeff Buckley, "Mojo Pin"!), mas essa é a minha favorita porque são músicas que eu já estou bem acostumada a ouvir, e é uma playlist bem tranquila e pequena, agradável de ouvir.

"Jack White's Birthday", Billboard


A Billboard criou essa playlist em homenagem ao aniversário de 40 anos do Jack White. Com uma música para cada ano de vida dele, ela reúne músicas da carreira solo do artista e dos outros projetos: Dead Weather, Raconteurs e White Stripes. Não dá nem para começar a dizer qual é a melhor música da playlist, mas posso dizer que gostaria que ela tivesse muito mais músicas.

"That's So 2008", Ariel Carvalho
                                 

Eu gosto tanto dessa playlist que nem acredito que fui eu mesma que criei. A ideia era criar uma playlist com músicas de pop punk e que me lembrassem a Ariel de 2008. Coloquei tudo o que eu ouvia absurdamente alto e as coisas mais recentes dessas bandas. Acabou ficando grande demais, mas é uma ótima ferramenta nostálgica.

"Guardiões da Galáxia: Awesome Mixtape Vol. 1", Spotify Brasil

Sigo essa desde que o filme saiu, e sempre escuto, porque ela é maravilhosa. Além de adorar o filme, sou louca pelas músicas, e acho que elas funcionam muito bem como playlist.

"Girl Power <3", Vinícius dos Santos
Adoro as playlists que o Vini faz e ponto, mas essa é a melhor com certeza. Ele juntou todas as músicas que ele ouve que são cantadas por mulheres e colocou tudo junto numa playlist enorme (16 horas!), que tem música para bater cabelo e para ficar na bad, tem pop e indie e coisas que só ele conhece e coisas que todos já ouviram para caramba...
"Indie Brasileiro", Spotify Brasil

Comecei a ouvi-la por culpa das músicas e bandas que já conhecia, mas acabei conhecendo mais um monte de artistas brasileiros e me apaixonando, então sempre escuto. É uma playlist ótima, que dá uma visibilidade maior para as bandas independentes nacionais.

sábado, 22 de agosto de 2015

Por que eu escrevo?

Me indicaram um post da Sofia Soter, da revista (maravilhosa) Capitolina, de uma série de respostas a perguntas relacionadas à escrita, e eu precisava respondê-las também.



O que eu ando escrevendo?

Eu escrevo parada mesmo (ba dum tss). Brincadeiras à parte, eu comprei aquele livro "642 Things To Write About", e ele é sensacional. Eu passei por um bloqueio enorme, causado pela faculdade, e agora estou voltando a escrever regularmente, então sempre corro para ele para buscar inspiração. Fora isso, estou preparando uma coluna nova aqui pro blog e tentando pela milésima vez escrever um livro cuja ideia não sai da minha cabeça.

Como minha escrita se diferencia de outras no gênero?

Eu não sei. Essa pergunta é bem complicada. Acho que, por mais semelhante que as escritas sejam, ninguém nunca vai escrever igual, né? Cada um é seu cada um, todos nós temos algo de diferente das outras pessoas, e isso acaba refletindo no nosso trabalho criativo.

Por que eu escrevo?

Seria mais fácil me perguntar por que eu respiro. NOSSA, ISSO FOI MUITO CLICHÊ, mas é verdade. Eu não consigo imaginar minha vida se eu não escrevesse. A escrita é minha válvula de escape, é por onde escoa toda a minha criatividade e, depois de abraços, é o que eu faço de melhor.

Como eu escrevo?

Eu uso tudo, desde o LibreOffice até o guardanapo amassado na mesa de bar. Para mim, qualquer lugar serve. Eu mantenho diários desde que aprendi a ler, e tenho o hábito forte de escrever sobre meus dias e minhas dúvidas. Gosto de sempre carregar um caderno comigo, para o caso da inspiração bater, mas algumas coisas só consigo elaborar sentada na frente de um computador com o editor de texto aberto. Depende do que eu vou escrever, na verdade. Geralmente, eu gosto de música tocando enquanto escrevo.

Como eu supero bloqueios criativos?

Buscando inspiração. Falei do livro lindo lá em cima, e tenho usado muito ele em crises criativas. Fora isso, eu aprendi a abraçar esses bloqueios, e aproveitá-los para observar o mundo ao meu redor e guardar qualquer coisinha que possa me servir no futuro. Também descobri que ajuda se eu for procurar outras coisas para fazer, como ouvir música ou ver tv.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Sinestesia



Arte de Emerson Rex

Se não fosse tão difícil virar a página
Será que aproveitaria tanto o próximo capítulo?
Já tenho prólogo, já tenho epílogo
Mas ainda falta o título.

Se eu fosse os personagens que queria ser
Quem viveria minha história por mim?
Já vi o começo, talvez o clímax
Mas ainda não vi o fim.

Sinto seu cheiro, ouço seu gosto
Se está longe, venha para cá
Sou tão pequena, estou com medo
Veja o futuro e vem me mostrar

Se fosse fácil pôr exclamações
Quem iria se perguntar?
Já escrevi tantas palavras
Mas não fiz pausas para descansar.

Se não fosse um livro tão complicado
Será que alguém o quereria ler?
Já nem sei mais do que estou falando
Preciso me reler para me entender.

Sinto seus olhos, ouço seu rosto
Se está perto, pode aproximar
Tudo é tão novo, tudo é tão grande
Dá um passo e vem me encontrar

E eu me sinto como uma hipérbole
Sem eufemismo para compensar
Não sou antítese, sou paradoxo
Sarcasmo e ironia, para complicar

Se palavras soltas fizessem sentido
Teria mais tempo sem preocupação?
Já li mil vezes, de trás para a frente
Seria um erro de digitação?

Provo sua ausência, como o seu vácuo
Se ainda existe, aonde está?
Estou tão cansada, velha e sozinha
É para eu parar agora ou te esperar?

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

The Art Of Asking, resenha

Assim que li "The Art Of Asking" (ou "A Arte de Pedir"), eu postei aqui um texto bem pessoal sobre as reflexões que o livro me proporcionou, e disse que a resenha ia sair no site em que eu colaborava na época. O livro foi lançado no Brasil, Anthony (melhor amigo de Amanda e um dos principais personagens do livro) faleceu, eu parei de colaborar com o site e a resenha nunca foi postada.

Estava dando uma limpa nos emails, e achei a resenha, mudei algumas coisas e, antes tarde do que nunca, eis o que eu tenho a dizer:

Ativista, feminista, cantora, ex-estátua viva, dona de sobrancelhas peculiares, responsável pelo KickStarter musical mais bem sucedido da história e por uma das palestras do TED mais famosas, esposa de Neil Gaiman, o autor internacionalmente famoso. Nada disso era suficiente para Amanda Palmer, aparentemente. Sua aventura mais recente foi escrever um livro.

A proposta surgiu depois de sua palestra no TED Talks. O TEDTalks é um podcast diário das melhores palestras e performances da Conferência TED, onde pessoas influentes de todo o mundo falam sobre suas vidas e experiências em 18 minutos ou menos. A palestra de Amanda falava sobre a questão da arte de pedir, e de sua vivência como estátua viva. Com quase 14 minutos de duração, o vídeo no youtube tem mais de três milhões de visualizações.

A ideia do livro era mesclar questões da vida de Palmer com algumas ideias e filosofias que ela sempre defendeu, como a arte de pedir e Polícia da Fraude. Estes conceitos e ideias aparecem explicados em seu livro, em detalhes.

Quem acompanha a cantora nas redes sociais pôde ver que escrever o livro não foi algo tão fácil assim. Além de um prazo curto até a publicação, Amanda teve que lidar com problemas pessoais (seu melhor amigo, Anthony, foi diagnosticado com câncer).

No final, o livro ficou pronto a poucas horas do término do prazo, e conseguiu cumprir o que se propunha a fazer. “The Art Of Asking - How I Learned to Stop Worrying and Let People Help” (A Arte de Pedir – Como eu Aprendi a Parar de me Preocupar e Deixei as Pessoas Ajudarem, em tradução livre) retrata a carreira de Amanda Palmer desde os tempos de estátua viva até o momento de entrega do livro, passando por sua época de Dresden Dolls e sua carreira solo.

 
O que mais chama atenção no livro é a honestidade. A autora procurou não deixar nada de fora, não romantizou momentos ruins e complexos, e confiou aos leitores toda a história, sem rodeios. Como ela mesma diz, ela confiou que nós entenderíamos.

Ao longo do livro, ela expõe suas experiências com o ato de pedir, seja pedir um absorvente a uma colega de escola ou dinheiro emprestado para cobrir suas dívidas. Também trata do preconceito que sofria como artista de rua, dos inúmeros “arranje um emprego” que lhe eram gritados quando, na verdade, ser estátua viva era o seu emprego. Além disso, o livro mostra um lado da autora que nem mesmo os fãs mais loucos conheciam: seus relacionamentos. Ela fala sobre seu relacionamento com seu melhor amigo, Anthony, e das dificuldades de saber que uma das pessoas mais importantes do seu mundo pode morrer a qualquer instante. Fala, ainda, sobre seu relacionamento com o autor Neil Gaiman, desde antes dos dois serem, de fato, casados, e também dos obstáculos enfrentados pelos dois.

Algumas das cenas mais bonitas do livro envolvem o autor. Amanda buscou expor como a convivência com a arte um do outro afetou sua escrita e a escrita de Gaiman. Ele, que sempre escreveu fantasia, ficou um pouco mais humano. Ela, que sempre foi extremamente humana, se tornou mais fantástica.

É uma leitura deliciosa e recompensante, que leva o leitor a repensar suas atitudes e, enfim, perder o medo de pedir. Fechar esse livro foi como dizer adeus a um amante. 

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A boyband da vida

"Ariel, fala do seu amor por Jonas Brothers".

Não.

Essa foi a minha primeira reação quando meu amigo sugeriu esse tema. Mas depois eu pensei melhor, e não vi por que não falar disso. Afinal de contas, eu ainda tenho bloco de anotações, todos os dvds e cds, pôsteres e camisas de show...

A verdade é que a maior parte das meninas tem uma boy band sua. Seja Backstreet Boys ou One Direction, mocinhas pré-adolescentes gostam para caramba desses moços que tocam e cantam falando de amor em músicas fofinhas. Eles têm um poder de nos encantar, de dizer exatamente o que nós queríamos ouvir.

Jonas Brothers é a minha boy band da vida.



Vamos voltar a 2007. No finzinho desse ano, eu descobri os Jonas Brothers, por causa de uma música que eles cantavam com a Miley Cyrus e de uma amiga que disse que eu ia gostar deles. Ouvi o segundo cd deles, o que era mais conhecido e fora lançado há menos tempo, e aí acabou.

O cd autointitulado deles foi a minha primeira compra com meu próprio dinheiro, e eu ouvia tanto esse cd que o encarte dele tem as manchas dos meus dedos. Cada música entrava em mim, parecia dizer que eu não estava sozinha, olha só, e que existiam meninos bonitos e fofinhos no mundo.

"Hold On" foi minha terapia inúmeras vezes. Todas as vezes que eu tinha algum problema, ligava meu som e colocava o cd e ouvia essa música no repeat até a dor passar.

E foi então que eles lançaram o "A Little Bit Longer". Esse foi o cd que mais me marcou. Não só é o que tem as melhores músicas, como também veio num momento em que eu precisava daquilo ali, daquelas palavras, daquele conforto.



Me apaixonei pelo Joe Jonas. Passava horas imaginando que ele viria fazer um show no Brasil, me veria e se apaixonaria por mim. Todas as minhas amigas amavam o Nick, mas eu só queria saber do Joe. Escrevi uma carta para ele, escrevi uma música para ele, um poema, uma história.

Quando descobri que existia uma coisa chamada "fanfic", me maravilhei. Passei mais tempo do que eu gostaria lendo diversas situações nas quais Joe e eu ficávamos juntos. Entrei numa comunidade e fiz amigas por lá. Fiz campanha para tocar Jonas nas rádios, para passar clipe na tv, para eles virem fazer show.

Porém, mais importante do que isso era o fato de que eu me sentia, pela primeira vez, parte de um grupo.



Muita coisa aconteceu depois disso: teve filme e série (tão ruinzinha) de tv que, aliás, foi a primeira vez que eu vi algo em inglês sem legendas!

O primeiro show dos Jonas aconteceu no dia 23 de maio de 2009, e eu achei, por muito tempo e por várias razões, que nunca seria tão feliz quanto fui nesse dia. A minha felicidade era tão grande, eu mal me continha. Meu primeiro show internacional, meu primeiro show grande. Eu nunca tive uma vida muito fácil e eu sei como foi difícil comprar meu ingresso, e isso fez com que a experiência foi ainda melhor. Comecei a chorar quando o Joe cantou "Gotta Find You" e só parei no fim do show.

ELES ERAM REAIS! E eram lindos e fofos e atenciosos...



Depois veio o "Lines, Vines & Trying Times" e a melhor música deles, "Much Better". Eu queria que a banda acabasse antes que eu começasse a desgostar das músicas deles, e foi isso que aconteceu. Depois de outra temporada da série, um cd solo do Nick e outra turnê (também estava nesse show), eles ficaram um tempo parados, o Kevin casou, e eu achei que a banda ia acabar. Persistiram, e eu acredito que tenham rompido no momento certo.

Anunciaram a separação e lançaram um último EP em 2013, chamado LiVe. Não foi um momento triste, e eu me lembro de pensar que, não importava o que eles fizessem, eu ia apoiar. E tô aqui, até hoje, cantarolando "Jealous". Não tão intensamente quanto antes, mas (felizmente) as pessoas amadurecem.


Hoje, oito anos depois da primeira vez que ouvi Jonas Brothers, fica uma sensação enorme de gratidão, de carinho, de que eu não teria conseguido se não tivesse aquelas músicas (bobas, talvez, mas significativas) para me ajudar. Foi muito gostoso crescer com eles, amadurecer com eles e eu não me envergonho disso. Esse amor fanático faz parte de quem eu sou, e me moldou no que eu sou hoje. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Álbuns para ouvir antes de morrer



Ando num clima de escrever sobre música, e curiosamente achei um vídeo lindo, no qual Amanda Palmer e Neil Gaiman vasculhavam uma loja de cds em busca de artigos que gostassem.

Esse vídeo me inspirou para escrever aqui sobre alguns dos álbuns que eu considero indispensáveis na vida, e que todos deveriam ouvir antes de morrer. A lista está em ordem aleatória, eu fui colocando à medida que eu lembrava.

Ah, e eu não coloquei nenhum álbum dos Beatles porque achei muito difícil escolher um só.

1. Pet Sounds, Beach Boys



Meu amor por esse álbum começa na capa. Sou apaixonada por cabritos, e a combinação dos Beach Boys e cabrinhas fez com que eu amasse esse álbum de primeira.

Lançado em 1966, o álbum traz alguns dos maiores sucessos da banda, inclusive "Wouldn't It Be Nice" e a melhor música romântica dessa vida, "God Only Knows".

O que eu mais gosto nos Beach Boys é a questão vocal. Os backing vocals são sensacionais e todas as músicas me trazem uma sensação de paz absurda.

O álbum é um clássico e é menos "surf music" do que outros trabalhos da banda. É lindo, então façam um favor aos seus ouvidos e escutem esse álbum.

Músicas de destaque: "Caroline, No" e "God Only Knows"


2. Band On The Run, Wings



Não sei se conheci Beatles ou Wings primeiro, mas as duas bandas são muito especiais para mim, e eu me lembro de ouvir "Band On The Run" (a música) bem novinha.

Esse álbum foi lançado em 1973, e é o terceiro da banda, mas um dos mais famosos. Quase todo mundo conhece "Jet" e a faixa título do álbum, porém as outras músicas também são extremamente maravilhosas.

Como quase tudo que Paul McCartney faz, é uma das melhores coisas que eu já ouvi na vida, e você fica com vontade de ouvir de novo quando o álbum acaba.

Existe um documentário sobre a gravação desse álbum, chamado "Paul McCartney & Wings: Band On The Run", muito interessante, que vale a pena conferir (passa sempre no canal BIS).

Músicas de destaque: "Let Me Roll It", "Bluebird"

3. Nothing Has Changed, David Bowie



Todo mundo conhece a carinha do Bowie pintada com aquele raio, da capa do Alladin Sane, mas pouca gente ouviu esse álbum. Eu até pensei em recomendá-lo aqui, mas lembrei do The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars e as músicas maravilhosas que ele tem...

Acabei preferindo indicar a compilação mais recente do Bowie, que tem duas novas faixas e que cumpre o prometido: compila todo o trabalho dele sem deixar de fora as mais importantes e sem esquecer das menos conhecidas.

É uma ótima opção para conhecer melhor a música do David Bowie, ou para dar um passeio rápido pela trajetória musical dele. Curiosamente, é o álbum mais recente da lista, lançado em 2014.

Músicas de destaque: "Where Are We Now?", "Oh! You Pretty Things"

4. In The Aeroplane Over The Sea, Neutral Milk Hotel



COMO EU FAÇO PARA VOCÊS ENTENDEREM COMO O NEUTRAL MILK HOTEL É IMPORTANTE???

Eu amo a banda, acho sensacional, e super subestimada. As letras são incríveis e as músicas são ótimas e eles tinham que lançar álbuns novos porque esse álbum é MARAVILHOSO.

Foi lançado em 1998, e é muito difícil de achar para comprar aqui no Brasil.

A banda é formada por Jeff Mangum nos vocais, Jeremy Barnes na bateria e no piano, Scott Spillane nos instrumentos de sopro e guitarra e Julian Koster no baixo, banjo e teclado, toca um folk rock gostoso de ouvir, e serviu de inspiração para uma gama de bandas indie atuais.

Músicas de destaque: "King Of Carrot Flowers Pt. 1", "Oh Comely"

5. Whatever And Ever Amen, Ben Folds Five



Um dia, vou abraçar Ben Folds e ele vai ter muita dificuldade em me fazer soltar. Meu sonho é ir a um show desse cara ou vê-lo tocando no meu casamento.

Para quem não conhece, Ben Folds Five foi um trio que o Ben formou em 1994, com Robert Sledge no baixo e Darren Jesse tocando bateria, e o próprio Ben cantando e tocando piano.

"Whatever..." foi lançado em 1997, e foi responsável pelo sucesso da banda, que veio com a música mais triste da face da Terra "Brick". Ben é um pianista de primeira e é fácil se relacionar com as letras das músicas. O trio passa de músicas extremamente tristes para absurdamente felizes durante o álbum, o que dá um equilíbrio muito bom.

Músicas de destaque: "Song For The Dumped", "Cigarette"

6. Tapestry, Carole King



Carole King é uma das mulheres mais importantes da música sim, e ninguém me convence do contrário. Quando descobri esse álbum, ele foi uma libertação. O poder feminino dele é absurdo.

Ele foi lançado em 1971, e tem os maiores sucessos da artista. Carole escreveu a maior parte das músicas durante um divórcio doloroso, e isso as deixa mais pessoais e emocionantes.

Músicas de destaque: "It's Too Late", "I Feel The Earth Move"

7. Clube da Esquina



Um dos álbums mais importantes da música brasileira, apenas isso. Eu poderia falar muito sobre esse álbum, sobre esse grupo de artistas incríveis, mas prefiro que vocês procurem por conta própria e se descubram como amantes da música brasileira.





Conheci esse álbum por culpa do meu pai, e ele acabou se tornando uma peça-chave na minha educação musical.


Existe o Clube da Esquina 2, que também é incrível, ouçam também.

Músicas de destaque: "Trem Azul", "Um Girassol da Cor do Seu Cabelo"

8. Rumours, Fleetwood Mac



Esse é meu álbum favorito de todos.

O Fleetwood Mac é conhecido pelos casamentos e divórcios dentro da banda, e esse álbum foi escrito num período em que ninguém da banda se falava se não fosse por motivos profissionais. Felizmente, esses estresses fizeram com que o álbum ficasse incrível e muito muito pessoal.

Sempre digo que Fleetwood Mac traduz melhor meus sentimentos do que eu mesma, e esse álbum é a melhor prova disso. Não dá para ouvir "Songbird" sem chorar!

O álbum é de 1977 e seu sucessor, "Tusk", também merece ser ouvido.

Músicas de destaque: "The Chain", "Dreams"

9. Dookie, Green Day



Boa parte da minha pré-adolescência foi gasta desejando um namorado que parecesse Billie Joe Armstrong. Quando eu tive minha fase emo, eu chorava todos os dias ouvindo "Jesus Of Suburbia".

Aí eu descobri o "Dookie". A história de gravação dele é ótima. Os membros da banda às vezes apareciam tão chapados que nem conseguiam gravar nada. Quando saiu, em 1994, o grunge estava em seu auge, e a banda trouxe algo diferente.

Músicas de destaque: "Coming Clean", "She"

10. The Jazz Age, The Bryan Ferry Orchestra



Amo Bryan Ferry, amo Roxy Music, mas amo ainda mais esse projeto.

Bryan decidiu montar uma orquestra para regravar seus sucessos (tanto da carreira solo quanto do Roxy Music, mas com arranjos inspirados nos anos 1920. A versão de "Love Is The Drug" foi até parar na trilha sonora de "O Grande Gatsby", e eles tocaram "Crazy In Love" com a Emeli Sandé.

Músicas de destaque: "Virginia Plain", "Slave To Love"

11. Who Killed Amanda Palmer, Amanda Palmer



O que seria dessa lista se não tivesse essa mulher?

Ela tem uma capacidade enorme de arrancar meu coração e depois colocar no lugar, com as palavras dela. Eu não seria quem eu sou hoje se nunca tivesse conhecido a música da Amanda.

Esse álbum é uma coleção de maravilhosidades. Tem participação da St Vincent (na época em que ela ainda se chamava de Annie Clark) e do meu amorzinho Ben Folds.

Músicas de destaque: "What's The Use Of Wondrin", "Runs In The Family"

12. Temple Of The Dog, Temple Of The Dog



Essa banda é meu side project preferido. Chris Cornell decidiu montar um grupo, em 1990, em homenagem a seu amigo Andrew Wood, que falecera no mesmo ano. Andrew era vocalista de duas bandas da cena grunge de Seattle:  Malfunkshun e Mother Love Bone.

Chris chamou Stone Gossard e Jeff Ament, do Mother Love Bone, para tocar guitarra e baixo, e Eddie Vedder, Mike McCready e Matt Cameron para cantar, tocar guitarra e bateria.

Esse super grupo maravilhoso lançou um álbum em 1991 que levava o nome da banda, e que eu considero muito importante por ser uma síntese de tudo o que acontecia na cena grunge.

Se nada disso te convenceu, pensa nas vozes de Chris Cornell e Eddie Vedder JUNTAS. De nada.

Músicas de destaque: "Hunger Strike", "Your Savior"

13. Acústico, Cássia Eller



Eu ouvi esse álbum pela primeira vez quando era uma criança minúscula, e foi o primeiro álbum que eu lembro que mexeu comigo.

Cássia é uma das mulheres da música que eu mais admiro, e ela tem uma importância muito grande na minha vida, então eu não poderia deixá-la de fora.

O Acústico é um ótimo álbum porque ela faz um monte de covers, canta músicas próprias, tudo com arranjos lindos. O que ela faz com "Por Enquanto" é fora do normal.

Músicas de destaque: "Por Enquanto", "Segundo Sol"

14. Sounds Of Silence, Simon & Garfunkel



Meu amor por Simon & Garfunkel começou com esse álbum. Apesar de ser fã louca do "Bookends", acho que o "Sounds Of Silence" revela mais a essência da banda e tem músicas melhores.

Essa dupla é maravilhosa demais para eu tentar explicar, e eles são outros que me entendem muito bem.

Músicas de destaque: "I Am A Rock", "Leaves That Are Green"

domingo, 2 de agosto de 2015

Se minhas bandas favoritas fossem pessoas...

Estava pensando em como as minhas bandas favoritas são diferentes, e em como elas seriam pessoas interessantes, então fiz essa listinha com sete bandas favoritas e as características delas caso elas fossem pessoas.

Placebo



Seria aquele amigo depressivo - e diagnosticado como tal -, que reclama da vida e tem problemas demais. De vez em quando, ele até consegue ficar mais feliz, mais sorridente, mas só com a ajuda dos remédios.

E eu, obviamente, gostaria de abraçá-lo sempre, por julgar que ele sempre precisa de abraços.

Beatles



Aquela pessoa que vive chapada, num mundo só dela, e tem umas doideras que ninguém entende, mas que, de vez em quando, vem um conselho ou lição de vida que te deixa sem reação.

Tá sempre apaixonado ou sofrendo por amor.

Walk The Moon


 Com certeza o amigo baladeiro. Aquele que não para de dançar nunca, que tá sempre chamando para sair no fim de semana, posta "qual a boa de hoje?" e que, mesmo com as coisas dando muito errado, tá contente e serelepe.

Catfish & The Bottlemen


 O amigo que se faz de rebelde, fuma, xinga para caramba e parece ser durão. O que poucos sabem é que ele é extremamente sensível e sempre diz que vai superar os crushes, mas não consegue.

O Terno


Sabe aquelas pessoas que nasceram na época errada? O Terno com certeza seria uma dessas. Sempre incomodado por não ter vivido na década de 60, sabe tudo sobre as bandas e costumes da época, e acha que o atual não se compara ao vintage.

Muse


Amigo ativista, daqueles que proclamam que nós não nos calaremos e que precisamos lutar contra o capitalismo e a opressão. Busca sempre justiça, e tem uma empatia muito forte. Por conta disso, acaba sendo muito amoroso e meloso às vezes.

Baleia


 É o amigo de humanas, que faz poesia nas horas vagas e gosta de música experimental, da natureza, de abraço e de calor humano. Vai sempre numas baladas estranhas e conhece gente mais estranha ainda, e sempre tem epifanias sobre si mesmo.