sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A boyband da vida

"Ariel, fala do seu amor por Jonas Brothers".

Não.

Essa foi a minha primeira reação quando meu amigo sugeriu esse tema. Mas depois eu pensei melhor, e não vi por que não falar disso. Afinal de contas, eu ainda tenho bloco de anotações, todos os dvds e cds, pôsteres e camisas de show...

A verdade é que a maior parte das meninas tem uma boy band sua. Seja Backstreet Boys ou One Direction, mocinhas pré-adolescentes gostam para caramba desses moços que tocam e cantam falando de amor em músicas fofinhas. Eles têm um poder de nos encantar, de dizer exatamente o que nós queríamos ouvir.

Jonas Brothers é a minha boy band da vida.



Vamos voltar a 2007. No finzinho desse ano, eu descobri os Jonas Brothers, por causa de uma música que eles cantavam com a Miley Cyrus e de uma amiga que disse que eu ia gostar deles. Ouvi o segundo cd deles, o que era mais conhecido e fora lançado há menos tempo, e aí acabou.

O cd autointitulado deles foi a minha primeira compra com meu próprio dinheiro, e eu ouvia tanto esse cd que o encarte dele tem as manchas dos meus dedos. Cada música entrava em mim, parecia dizer que eu não estava sozinha, olha só, e que existiam meninos bonitos e fofinhos no mundo.

"Hold On" foi minha terapia inúmeras vezes. Todas as vezes que eu tinha algum problema, ligava meu som e colocava o cd e ouvia essa música no repeat até a dor passar.

E foi então que eles lançaram o "A Little Bit Longer". Esse foi o cd que mais me marcou. Não só é o que tem as melhores músicas, como também veio num momento em que eu precisava daquilo ali, daquelas palavras, daquele conforto.



Me apaixonei pelo Joe Jonas. Passava horas imaginando que ele viria fazer um show no Brasil, me veria e se apaixonaria por mim. Todas as minhas amigas amavam o Nick, mas eu só queria saber do Joe. Escrevi uma carta para ele, escrevi uma música para ele, um poema, uma história.

Quando descobri que existia uma coisa chamada "fanfic", me maravilhei. Passei mais tempo do que eu gostaria lendo diversas situações nas quais Joe e eu ficávamos juntos. Entrei numa comunidade e fiz amigas por lá. Fiz campanha para tocar Jonas nas rádios, para passar clipe na tv, para eles virem fazer show.

Porém, mais importante do que isso era o fato de que eu me sentia, pela primeira vez, parte de um grupo.



Muita coisa aconteceu depois disso: teve filme e série (tão ruinzinha) de tv que, aliás, foi a primeira vez que eu vi algo em inglês sem legendas!

O primeiro show dos Jonas aconteceu no dia 23 de maio de 2009, e eu achei, por muito tempo e por várias razões, que nunca seria tão feliz quanto fui nesse dia. A minha felicidade era tão grande, eu mal me continha. Meu primeiro show internacional, meu primeiro show grande. Eu nunca tive uma vida muito fácil e eu sei como foi difícil comprar meu ingresso, e isso fez com que a experiência foi ainda melhor. Comecei a chorar quando o Joe cantou "Gotta Find You" e só parei no fim do show.

ELES ERAM REAIS! E eram lindos e fofos e atenciosos...



Depois veio o "Lines, Vines & Trying Times" e a melhor música deles, "Much Better". Eu queria que a banda acabasse antes que eu começasse a desgostar das músicas deles, e foi isso que aconteceu. Depois de outra temporada da série, um cd solo do Nick e outra turnê (também estava nesse show), eles ficaram um tempo parados, o Kevin casou, e eu achei que a banda ia acabar. Persistiram, e eu acredito que tenham rompido no momento certo.

Anunciaram a separação e lançaram um último EP em 2013, chamado LiVe. Não foi um momento triste, e eu me lembro de pensar que, não importava o que eles fizessem, eu ia apoiar. E tô aqui, até hoje, cantarolando "Jealous". Não tão intensamente quanto antes, mas (felizmente) as pessoas amadurecem.


Hoje, oito anos depois da primeira vez que ouvi Jonas Brothers, fica uma sensação enorme de gratidão, de carinho, de que eu não teria conseguido se não tivesse aquelas músicas (bobas, talvez, mas significativas) para me ajudar. Foi muito gostoso crescer com eles, amadurecer com eles e eu não me envergonho disso. Esse amor fanático faz parte de quem eu sou, e me moldou no que eu sou hoje. 

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