quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"Um dia, você será velho o suficiente para começar a ler contos de fada outra vez."

Imagine se, depois de perder um de seus pais e estar passando por uma situação difícil, você tivesse a chance de visitar um mundo de contos de fada, entrando em um livro que você costumava ler quando era mais novo.

É exatamente isso que acontece com Alex e Conner Wishington, do livro The Land Of Stories, do Chris Colfer, que mal foi lançado e já entrou na lista de best-sellers do New York Times.

 Foto do site oficial.

A princípio, pensei em não escrever sobre ele por aqui, porque achei que seria muito suspeita para falar de algo referente a um ídolo meu. Mas depois pensei melhor e, bem, se o livro fosse ruim, mesmo sendo o Chris Colfer, eu odiaria.

A história narra as aventuras dos gêmeos dentro do livro, enquanto eles procuram todos os itens necessários para fazer uma espécie de poção que os permitirá voltar para casa e para sua mãe.

Mesmo enfrentando o Lobo Mau e quase virando escravos de trolls e goblins, eles descobrem um segredo sobre suas próprias vidas que fará com que eles vejam o mundo dos contos de fada de uma forma completamente diferente.

Chorei e ri ao mesmo tempo quando terminei de lê-lo. Uma dica para quem decidir embarcar com os gêmeos é ouvir o audiobook, porque as vozes do Chris (sim, foi ele próprio que fez o audiobook) fazem com que a história sejam ainda mais emocionante, divertida e triste.

Li a última frase com a consciência de que não era a última vez que via aqueles personagens, e isso me deixou feliz. Acho que quando uma história é mágica, você nunca quer dizer adeus, não é?

Ah, e a frase do título é do C.S. Lewis, o autor de "As Crônicas de Nárnia" e a frase que inicia o livro do Chris.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Conversa de banheiro

Sou louca por J.D. Salinger. Li "The Catcher In The Rye" pela primeira vez em 2009, e desde o último ponto final da história de Holden eu passei a amar o autor.

Bom, um belo dia estava passeando pela Livraria da Travessa e vi um de seus livros, chamado "Franny & Zooey", que decidi logo comprar. Finalmente consegui lê-lo (vida de vestibulando é corrida) e não me decepcionei.



O livro conta a história de dois dos sete (!!) irmãos Glass, a jovem Franny e o irmão cinco anos mais velho, apelidado de Zooey (o nome verdadeiro é Zachary). Os dois fazem parte dessa família de sobrenome peculiar, que era protagonista de várias histórias de Salinger, publicadas nos jornais nova-iorquinos.

Dividido em duas partes, começa contando um rápido episódio na vida de Franny, que tem sequência na parte de Zooey e que, apesar de parecer banal, é o que move a história inteira.

Acredito que o livro possa ser lido de duas formas: como uma leitura boba e fácil ou com um olhar mais crítico, mais reflexivo, mais introspectivo, digamos assim.

Na parte "técnica", acho J.D. genial, porque ele não descreve absurdamente os sentimentos dos personagens, mas narra brilhantemente suas ações, de um modo que faz com que você seja capaz de deduzir, às vezes apenas por um gesto, o que certo personagem estava pensando e sentindo.

Uma personagem da qual gostei muito foi Bessie, a mãe dos meninos, por ser tão maternal, tão parecida com as mães que fazem parte da minha vida (principalmente minha avó. Hehe).


Odeio "spoilar" os livros e prefiro deixar que vocês descubram por si mesmos tudo o que essa história tem a oferecer, então vou deixá-los com a frase do livro que é provavelmente a minha favorita e desejar uma ótima leitura!

"Existem coisas boas no mundo - e eu quero dizer coisas boas. Nós somos idiotas por ficarmos tão distraídos."

terça-feira, 10 de julho de 2012

A efemeridade da memória

Começa com um rosto, ou uma data, ou até mesmo um pedido que costumava fazer em uma lanchonete. Se transforma em algo maior, aos poucos, imperceptivelmente.

Qual era mesmo o nome daquela menina que estudava comigo no Fundamental?

A mente esquece, apaga, porque não há a necessidade de lembrar, é efêmero, passa.

Então você se vê perdido, não se lembra como chegar na casa em que morou quando era criança. Nem sabe se o lugar onde você está é o mesmo em que morava.

Aos poucos, fatos aleatórios vêm, sabe-se lá de onde, e você conta a mesma história que contava há dias, semanas, mas algo nela está errado, trocado, não é exatamente o que aconteceu.

A verdade é que você esqueceu.

Esqueceu que brincava num balanço nos fundos da sua casa, esqueceu que uma vez teve catapora e foi para casa mais cedo. Esqueceu da horta, do barulho do rio nos fundos do quintal e da briga dos pais, abafada pelo som das suas próprias lágrimas. Esqueceu o nome daquela professora que te ensinou a contar de 1 a 10, daquela pessoa que você achava que amava na quarta série.

Para e reflete, percebe que nada parece estar exatamente como você se lembrava, que enquanto você se preocupava em criar novas memórias, as velhas te escapavam.

E então, se lembra.

Um dia, você amou.


Ariel A. Carvalho

terça-feira, 12 de junho de 2012

A culpa é das estrelas




Eu já havia ouvido falar em John Green, principalmente porque sou fã do David Levithan, mas nunca tive curiosidade de ler nenhum de seus livros.

Então eu li alguma coisa na internet sobre "50 Shades Of Grey", que é um dos piores livros que eu já existiram na humanidade, e nesse mesmo site ou blog estava falando sobre "The Fault In Our Stars". É claro que eu já ouvira o nome, mas, quando li sobre ele, decidi que queria lê-lo.

Como começar?

Estava um pouco nervosa, porque tinha medo do livro me decepcionar, mas quando vi já estava na página 20 e completamente apaixonada pelo livro.

Não vi o tempo passar, e simplesmente não conseguia parar de lê-lo. Ri, chorei, me emocionei. Fiquei tão aflita que tive que parar algumas vezes, mas valeu MUITO a pena.

 Além de ser muito bonito, John me fez chorar por ter posto um dos meus poemas favoritos, The Love Song Of J. Alfred Prufrock.




Comecei a leitura à tarde e terminei por volta das onze da noite, porque eu precisava terminá-lo.

Bom, o livro conta a história de Hazel Grace, uma garota com câncer no pulmão, e o que acontece com ela quando ela conhece Augustus Waters. Parece um pouco clichê e bobinho, mas acredite quando eu digo que a escrita de Green passa longe disso.

Completamente envolvente e ao mesmo tempo doloroso e divertido, "The Fault In Our Stars" é o tipo de livro que te deixa imerso na história, e você esquece completamente que não está vivendo a história de Hazel com ela.

Espero que todos que leiam gostem, e só uma dica útil: mantenha os lenços por perto.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Se um corpo encontra um corpo...

Passei as duas últimas semanas relendo "The Catcher In The Rye" (ou O Apanhador Nos Campos De Centeio), de J.D. Sallinger.

O incrível nesse livro é: todas as vezes que termino de lê-lo, me sinto cansada, como se realmente tivesse vivido as aventuras do Holden.

Esse é mais um livro polêmico, um dos livros mais proibidos nos Estados Unidos, principalmente por sua linguagem, mas também por seus temas e, de acordo com alguns pais, "porque Holden é um mau exemplo".

O livro é narrado pelo próprio Holden, que conta um pouco sobre o que aconteceu com ele quando foi expulso da escola em que estudava.

Durante o livro, as mais diversas situações acontecem, e você se pega rindo e às vezes sente uma dor no coração...

Não tem como explicar o que acontece sem estragar o livro todo, mas vou deixar algumas dicas para você que quer lê-lo.

O irmão de Holden, Allie, morreu por culpa da leucemia (não se preocupe, você descobre isso nas primeiras páginas) e, pelo modo como Holden fala sobre ele, é possível perceber como ele amava o irmão mais novo. Além de Allie, Holden tem mais dois irmãos: D.B. e Phoebe, que são basicamente as únicas pessoas com quem ele realmente gosta de interagir.

Holden é bastante antissocial, prefere ficar isolado, mas ao mesmo tempo sente grande necessidade de carinho, de amor. Anda pelas ruas de Nova York usando um chapéu de caça vermelho, para parecer diferente, mas trata logo de tirá-lo se vai encontrar com algum conhecido. 

Além disso, Holden é louco para saber o que acontece com os patos quando o lago no Central Park congela, e age como um velho irritado praticamente o livro inteiro. Durante muitas partes, você até acredita que ele tem mais do que apenas dezesseis anos, mas às vezes ele demonstra ter essa idade, como no caso dos patos.

Holden é um eterno Peter Pan. Não quer crescer ou amadurecer. Todos os adultos com quem encontra o pressionam para crescer, mas ele ignora. Parece pensar que ser adulto é algum tipo de castigo, e que os adultos são chatos e desinteressantes, enquanto a infância é algo lindo e que merecia durar para sempre. Sem perceber, Holden está se tornando um adulto.

No fim do livro, J.D. dá a entender que Holden foi hospitalizado depois de algum tipo de colapso, mas não explica o evento em detalhes, deixando espaço para a imaginação.

Bom, é isso. Quem quiser ouvir a música que deu origem ao título, aí está:


sábado, 24 de março de 2012

Eu, você, Charlie e o melhor filme dos últimos tempos

Imagine um site recheado de imagens, textos e vídeos que podem te inspirar, te fazer rir, chorar... Não, não estou falando do Facebook. Estou falando de algo um pouco menos complexo, mas mais legal, o site You, Me & Charlie. 

O YM&C (como é chamado por quem o "frequenta") é relativamente novo e foi criado pela Dianna Agron, uma das atrizes de Glee, mas o site é mantido com outros amigos da loira e até mesmo com você, se você quiser mandar alguma mídia para o site.

A ideia era se conectar mais com os fãs. Dianna mantém um tumblr há alguns anos e tudo o que ela postava lá virava sucesso, mas ela reclamava da interação limitada da rede social. Por isso, decidiu criar um lugar onde houvesse interação e onde ela pudesse aprender com os fãs.

Deu certo. Depois de pouco tempo no ar, o site atraiu milhares de pessoas ao redor do mundo, e agora eles criaram o que realmente ganhou meu coração: um email diário.

Trata-se de um email, que é enviado todos os dias por volta das oito da manhã nos EUA, para todos os que quiserem receber, contendo algumas frases inspiradoras ou alguma história gostosa de ler. Pode parecer bobo, mas às vezes você acorda mal e tudo o que quer é algo para te deixar melhor, e eu garanto que os emails do YM&C são capazes de levar seu dia de 0 a 10.

O único ponto negativo é que os emails são em inglês, por isso nem todos podem ler, mas acho que a mensagem principal dessa pequena forma de carinho pode ser passada a diante por qualquer um: por mais difícil que seu dia esteja, sempre haverá uma luz no fim do túnel - às vezes pequena, mas ainda assim...

 Se alguém estiver interessado no YM&C, clique aqui para visitar o site.


Agora vou deixar essa postagem ainda maior para falar de um dos melhores filmes dos últimos tempos, na minha opinião: Toda Forma de Amor, ou Beginners, no original.

Fiquei sabendo que esse filme existia por culpa do Christopher Plummer (a quem já jurei amor eterno quando vi A Noviça Rebelde pela primeira vez), no Globo de Ouro. Quando foi agradecer seu prêmio, justamente por esse filme, agradeceu ao Ewan McGregor (outro que amo demais) por ser um filho tão bom.




Fiquei intrigada. Um filme, com Ewan McGregor e Christopher Plummer e eu não sabia disso? Fui correndo pesquisar e descobri que o filme teve pouquíssima divulgação no Brasil, por isso nunca ouvira falar dele. Pesquisei um pouco mais sobre a história e decidi que queria vê-lo.

Não me arrependi. O título pode parecer o de uma comédia romântica estilo Meg Ryan, mas ele engana. O original é melhor, bem melhor, mas isso não é surpresa. O filme trata, na verdade, de Hal, um homem de setenta e muitos anos que está com câncer e descobre que não poderá ser operado, o que quer dizer que morrerá em breve. Como se não bastasse para um filho descobrir isso, Oliver (personagem de Ewan) também descobre que o pai é homossexual.

Parece um pouco clichê, mas surpreende e é extremamente inteligente, bonito e engraçado (apesar de todo o drama). O filme é contado em uma espécie de flashback, enquanto Oliver vive um romance complicado com Anna, que conheceu em uma festa à fantasia.

Sem querer estragar mais, recomendo que vejam. Seja para ampliar seus horizontes, para passar o tempo ou para rir e chorar com o mesmo filme. Seja qual for seu motivo, Toda Forma de Amor vai te fazer pensar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Vinte anos depois...



Depois de esperar ansiosamente minha mãe terminar de lê-lo, fui ler Um Dia, de David Nicholls (acho um charme os dois 'l' no sobrenome dele), que foi lançado aqui no Brasil pela editora Intrínseca.

Adorei. Quando comecei a ler o livro, minhas expectativas estavam altas: todos estavam comentando como o livro era bom, que era um "novo clássico" e eu fiquei com um pé atrás, porque geralmente são livros assim que acabam sendo os piores.

Mas me surpreendi da melhor maneira possível. A ideia do livro é extremamente criativa e eu entendi porque todos diziam que o livro era tão bom. É triste, mas também te faz rir em diversos momentos, e é uma leitura gostosa - eventualmente é agoniante, mas ainda assim é muito gostoso de ler.

Me deu esperanças de uma forma esquisita e me deixou com o coração partido, mas vale MUITO a pena e é um dos livros atuais que eu mais gostei. Na minha humilde opinião, 5 estrelas.



O livro conta a história de Emma Morley e Dexter Mayhew, dois jovens que se conhecem após a festa da formatura da faculdade, no dia 15 de julho, e a partir daí têm esse dia marcando diversos momentos em suas vidas. O livro todo "pula" os anos, contando apenas o que aconteceu no dia 15 daquele ano, desde 1988 até 2007. É uma "história temporal" e é preciso saber com o que você está lidando antes de começar a ler, para não desistir depois.

Bom, se ficar decidido que vale a pena ler, reserve um dia inteiro. O livro é tão contagiante que não dá vontade de parar, e você perde completamente a noção do tempo.

O livro deu origem a uma versão cinematográfica, estrelada por Anne Hathaway e o lindo Jim Sturgess - mas eu acho que ficaria melhor se fossem a Emma Stone e o Jude Law. Ainda não vi, mas se for metade do que o livro é, tenho certeza de que será inesquecível.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Al Hirschfeld

 Foto retirada do site oficial do cartunista.

O que posso dizer? Estou simplesmente fascinada por ele e por seus trabalhos.

Al era um cartunista americano, nascido em 1903, conhecido por seus simples desenhos em preto e branco de celebridades e estrelas da Broadway. Ele viajou de Paris a Londres, estudou Arte, viveu em Nova York. Foi nomeado diretor de arte da Selznick Pictures com (pasmem!) 17 anos.

Em 1926, fez um desenho do ator Sacha Guitry que foi publicado no New York Herald Tribune. Depois de dois anos os seus desenhos de teatro eram já publicados em cinco jornais nova-iorquinos.

Faleceu em 2003, cinco meses antes de completar 100 anos, de causas naturais, em sua casa.

Ele empresta seu nome a um dos teatros da Broadway, que fica na 302 West 45th Street, aonde já foram encenadas diversas peças, sendo as mais legais (na minha opinião, é claro): Romeu e Julieta, Oliver!, Drácula, Annie, A Noviça Rebelde, Hair e How To Succeed In Business Without Really Trying.

 Foto retirada da Wikipedia

Coloquei abaixo uma das caricaturas dele, da atriz Judy Garland. Quem se interessar, visite o site e conheça mais.

Foto retirada do site oficial do cartunista.