segunda-feira, 20 de abril de 2015

Sessão da tarde #1: Para Sempre Cinderela

Decidi rever os filmes que eu amava assistir na Sessão da Tarde e avaliar se eles são realmente bons ou só achava eles ótimos porque era uma criança. A única exceção vai ser "A Princesa Prometida", porque acho que já falei dele o suficiente.

O primeiro escolhido foi "Para Sempre Cinderela", que era um dos meus favoritos. Ele conta a história da Cinderela, com Drew Barrymore como protagonista.



Ele tem uma coisa que eu gosto muito que é isso de contar o filme como se fosse um flashback, estilo "Titanic". No começo, a rainha chama os irmãos Grimm para contar a eles a verdadeira história da Cinderela.

Eu era viciada em filmes de princesas e, surpreendentemente, gostava mais dos filmes live action do que as animações. Esse era um dos melhores na minha cabeça de criança (o filme foi lançado em 1998).

Depois de reassistir, fiquei surpresa com quão político é o filme. Eu não lembrava dessa crítica ao elitismo e aos problemas sociais. Uma cena que chamou bastante a minha atenção foi a que Danielle (a personagem de Drew) critica o príncipe por sua atitude com relação aos ladrões.




O príncipe, que eu achava lindo quando mais nova, não me pareceu assim tão bonito, mas eu preciso admitir que, à medida que seu comportamento vai mudando para melhor, ele se torna mais atraente.

Um ponto que eu já percebi que é comum aos filmes de princesa que eu mais gostava é que elas são todas bastante independentes. A cena que Danielle desafia os ciganos é divertidíssima e inspiradora, principalmente para uma garotinha.

Normalmente, eu detesto que coloquem figuras históricas em filmes de ficção, mas aceitei de coração a presença de Da Vinci como uma quase fada madrinha, porque ele é fofíssimo e traz um certo ar cômico ao filme. Um dos melhores personagens, com certeza.



Mas nem tudo no filme é legal, não. O sotaque britânico HORROROSO da Drew Barrymore merece ser reconhecido, e eu odeio quando o elenco inclui Richard O'Brien como vilão.

No geral, o filme agradou outra vez. Não foi absurdamente bom, mas para passar o tempo foi ótimo. Ah, e o final é bem gracinha.
 







terça-feira, 14 de abril de 2015

A tal da ansiedade

Desde que eu me entendo por gente, sou uma pessoa ansiosa. Mal conseguia dormir na véspera do meu aniversário, às vezes me pegava engolindo em seco e meu coração estava quase sempre acelerado.

No meu caso, como bem disse o Charlie Brown, "minhas ansiedades têm ansiedades", e às vezes a situação fica bem complicada.



Existe uma linha tênue entre aquela ansiedade gostosinha, quando uma coisa muito boa vai acontecer, e a ansiedade feia, que parece que vai te destruir e, infelizmente, muita gente é dono de uma ansiedade.

Ter ansiedade é como ter uma vozinha no fundo da sua mente, sussurrando todas as suas inseguranças e medos e tudo de ruim que poderia acontecer. Quanto mais essa voz fala, mais seu coração acelera, mais sua garganta vai dando nó, você começa a achar que ela está certa e que vai dar tudo errado mesmo.
heymonster.tumblr.com
A ansiedade tem um poder absurdo de entristecer. Porque você quer fazer as coisas, mas tem uma inimiga dentro de você te fazendo repensar tudo, porque todo o tipo de terrores te espera do lado de fora de casa.

Outra característica dela é a de hiperbolizar todas as situações. O que eu quero dizer com isso é que ela exagera tudo, acha que tudo é o fim do mundo. Ouviu um barulho à noite? Vão te matar. Passos atrás de você? Você vai morrer. Ninguém te deu notícias ainda? Estão mortos. É mais ou menos assim que ela força você a pensar.


Se a ansiedade já parece horrível agindo assim, ela ainda é capaz de mais. Não é só o medo do futuro que ela põe na cabeça de que a tem, não. Ela tem a capacidade surreal de fazer você pensar em tudo o que já fez de vergonhoso/errado e trazer à tona os mesmos sentimentos que você sentiu na época, como a imagem abaixo bem representa:

Isso sem falar em como ela te faz ficar com medo de falar em público, coloca na sua cabeça que seus amigos não gostam de você de verdade e que você é inconveniente, faz suas inseguranças transbordarem, te deixa sem sono e preocupado, assim, O TEMPO TODO.

Como melhorar?

Não acredite em tudo o que você pensa


Essa é uma pergunta um pouco complicada, porque cada pessoa melhora de um jeito. De repente, um floral vai fazer efeito em mim, mas não em você, então cada um deve procurar o melhor tratamento para si. O primeiro passo é buscar ajuda psicológica para, se for o caso, você ser encaminhado para um psiquiatra ou um terapeuta floral. Às vezes, o único tratamento necessário é a terapia psicológica.

Como a ansiedade se manifesta muito através de crises que acontecem nos horários e locais mais loucos e aparentemente sem motivo, é importante sempre lembrar de respirar. Eu costumo inspirar por cinco segundos, expirar por cinco.

Um outro exercício de respiração ótimo é o do retângulo. É só achar um objeto retangular, e passar os olhos por ele. Enquanto você estiver olhando para as partes menores, você inspira. Quando olhar as maiores, expire.






 
"Ansiedade: O monstro da ansiedade é pequeno o suficiente para sentar no ombro de sua vítima e sussurrar coisas em seu inconsciente, criando pensamentos assustadores e preocupações irracionais. O monstro da ansiedade é frequentemente visto como fraco em comparação a outros, mas é um dos mais comuns e é muito difícil se livrar dele. 

Eles frequentemente carregam pequenos objetos relacionados às ansiedades de sua vítima, como relógios, que representam um medo comum, porém irracional de coisas que podem nunca acontecer. Ninguém viu o rosto do monstro da ansiedade, uma vez que ele sempre usa um crânio como máscara."

Toby Allen, 2013.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Por favor, goste de mim

Não deixe o título dessa postagem enganar você. Eu não vou falar (só) sobre querer atenção e carinho. A postagem de hoje é um apanhado de tudo o que eu pensei nesse último mês e quis postar aqui, mas não rendeu e, por isso, foi unido aos outros pensamentos para virar um post só.

As últimas semanas foram bem recheadas de acontecimentos. Muitas bandas que eu gosto lançaram música e clipe novos, e eu fiquei meio soterrada debaixo da maravilhosidade de Brandon Flowers e Florence Welch.


De alguma forma surreal, fui ao Lollapalooza. Foi o tipo de experiência que meu cérebro demora a processar e que, mesmo depois de muito tentar, não consegue aceitar que aconteceu.

Mas aconteceu. Eu juntei meu (pouco) dinheiro e fui para São Paulo, sozinha, assistir aos shows de alguns dos meus artistas favoritos. Não tenho palavras para descrever a felicidade de ver Jack White ao vivo depois de tanto tempo amando esse homem, de poder gritar de corpo inteiro quando "My Body" começou a tocar ou de chorar horrores quando o Smashing Pumpkins tocou "1979".

E esses são só alguns dos shows que eu assisti! Os shows da Baleia e da banda O Terno foram surpreendentemente lindos, e eu fiquei (mais) apaixonadíssima pelas bandas e seus membros.


Mas o que me fez querer escrever MUITO aqui no blog foi o último livro que eu li, Spice.





O livro foi o quarto da Interlude Press que eu li e, como todos os outros, não me decepcionou. Eu comprei ele num impulso. Eu estava numa ressaca literária horrível depois de ler "Senhor das Moscas" e não saía dela de jeito nenhum, não conseguia ler nenhum livro.

"Spice" tinha acabado de ser lançado pela editora, e eu estava acompanhando a divulgação do lançamento. Não levava muita fé no livro, pela sinopse e pela capa, mas já estava para lá de frustrada por não conseguir ler nada, e achei que ele seria um ótimo remédio para minha ressaca.

E como eu acertei! Em um dia, devorei o livro, que não é de uma leitura muito difícil, e que tem a dose certa de humor e drama. Acabou me surpreendendo e sendo apaixonante.

Mas o que mais me atraiu nesse livro foi o Benji. Ele é um dos protagonistas do livro, ruivo, fofo, tímido, conserta computadores e é a definição de nerd. Além de fazer com que eu me apaixonasse por ele, o querido me colocou para pensar. Quantos nerds aparecem nos livros que eu li nesses últimos anos? Consigo contar numa mão só.

E aí, uma ideia ainda mais radical: quantas meninas nerds?

Ou, pior ainda: quantos livros com personagens nerds são livros considerados de adultos?

Eu sempre chamo a atenção para a importância da representação, não importa qual seja o grupo que não está sendo representado, e esse é mais um desses grupos. Nós, os nerds, não somos representados na mídia de forma geral e, quando somos, é de forma equivocada (oi, Big Bang Theory) ou unicamente na forma de homens.

Oi, aqui quem fala é uma nerd mulher. Custa me representar um pouquinho?

Benji, o amorzinho que é, foi um personagem com o qual foi fácil me identificar, inseguro e fanboy, e fez a leitura ser ainda mais gostosa.




O que me leva a um outro ponto que eu queria discutir, e que tem relação com o título (que eu roubei descaradamente de "Please Like Me", uma série australiana que eu adorava): poucas coisas me incomodam mais do que "pseudo nerds".

O que eu quero dizer é que eu não gosto de gente que finge gostar de uma "tendência nerd" (isso não existe, gente), como Star Wars, mas na verdade não sabe do que se trata.

Eu não estou me referindo aos novos nerds, àqueles que começaram a se apaixonar por Firefly ou Star Trek agora, mas sim àqueles que acham que é legal gostar de x e y, sem nunca ter assistido nenhum dos dois.

Se você acha que tá na moda e é legal, pelo menos assiste e entende, que tal isso?