terça-feira, 7 de abril de 2015

Por favor, goste de mim

Não deixe o título dessa postagem enganar você. Eu não vou falar (só) sobre querer atenção e carinho. A postagem de hoje é um apanhado de tudo o que eu pensei nesse último mês e quis postar aqui, mas não rendeu e, por isso, foi unido aos outros pensamentos para virar um post só.

As últimas semanas foram bem recheadas de acontecimentos. Muitas bandas que eu gosto lançaram música e clipe novos, e eu fiquei meio soterrada debaixo da maravilhosidade de Brandon Flowers e Florence Welch.


De alguma forma surreal, fui ao Lollapalooza. Foi o tipo de experiência que meu cérebro demora a processar e que, mesmo depois de muito tentar, não consegue aceitar que aconteceu.

Mas aconteceu. Eu juntei meu (pouco) dinheiro e fui para São Paulo, sozinha, assistir aos shows de alguns dos meus artistas favoritos. Não tenho palavras para descrever a felicidade de ver Jack White ao vivo depois de tanto tempo amando esse homem, de poder gritar de corpo inteiro quando "My Body" começou a tocar ou de chorar horrores quando o Smashing Pumpkins tocou "1979".

E esses são só alguns dos shows que eu assisti! Os shows da Baleia e da banda O Terno foram surpreendentemente lindos, e eu fiquei (mais) apaixonadíssima pelas bandas e seus membros.


Mas o que me fez querer escrever MUITO aqui no blog foi o último livro que eu li, Spice.





O livro foi o quarto da Interlude Press que eu li e, como todos os outros, não me decepcionou. Eu comprei ele num impulso. Eu estava numa ressaca literária horrível depois de ler "Senhor das Moscas" e não saía dela de jeito nenhum, não conseguia ler nenhum livro.

"Spice" tinha acabado de ser lançado pela editora, e eu estava acompanhando a divulgação do lançamento. Não levava muita fé no livro, pela sinopse e pela capa, mas já estava para lá de frustrada por não conseguir ler nada, e achei que ele seria um ótimo remédio para minha ressaca.

E como eu acertei! Em um dia, devorei o livro, que não é de uma leitura muito difícil, e que tem a dose certa de humor e drama. Acabou me surpreendendo e sendo apaixonante.

Mas o que mais me atraiu nesse livro foi o Benji. Ele é um dos protagonistas do livro, ruivo, fofo, tímido, conserta computadores e é a definição de nerd. Além de fazer com que eu me apaixonasse por ele, o querido me colocou para pensar. Quantos nerds aparecem nos livros que eu li nesses últimos anos? Consigo contar numa mão só.

E aí, uma ideia ainda mais radical: quantas meninas nerds?

Ou, pior ainda: quantos livros com personagens nerds são livros considerados de adultos?

Eu sempre chamo a atenção para a importância da representação, não importa qual seja o grupo que não está sendo representado, e esse é mais um desses grupos. Nós, os nerds, não somos representados na mídia de forma geral e, quando somos, é de forma equivocada (oi, Big Bang Theory) ou unicamente na forma de homens.

Oi, aqui quem fala é uma nerd mulher. Custa me representar um pouquinho?

Benji, o amorzinho que é, foi um personagem com o qual foi fácil me identificar, inseguro e fanboy, e fez a leitura ser ainda mais gostosa.




O que me leva a um outro ponto que eu queria discutir, e que tem relação com o título (que eu roubei descaradamente de "Please Like Me", uma série australiana que eu adorava): poucas coisas me incomodam mais do que "pseudo nerds".

O que eu quero dizer é que eu não gosto de gente que finge gostar de uma "tendência nerd" (isso não existe, gente), como Star Wars, mas na verdade não sabe do que se trata.

Eu não estou me referindo aos novos nerds, àqueles que começaram a se apaixonar por Firefly ou Star Trek agora, mas sim àqueles que acham que é legal gostar de x e y, sem nunca ter assistido nenhum dos dois.

Se você acha que tá na moda e é legal, pelo menos assiste e entende, que tal isso?




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