quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre livros

Há um tempo atrás, eu queria comprar "Eleanor & Park", da Rainbow Rowell, e fui procurar por ele em uma livraria. Me assustei ao ver que o livro custava quarenta reais, e decidi "deixar para depois". Mas essa ocasião me fez pensar sobre o preço dos livros no Brasil.



Não foi a primeira vez que eu tentei comprar um livro e o preço me impediu. Não me levem a mal, eu pagaria setecentos reais, o que fosse, por um livro, se eu pudesse pagar por ele. Acontece que, sendo universitária, mais da metade do meu dinheiro - e dos meus pais, let's be real - vai para pagar xerox, lanche, visitas de campo para fazer pesquisas, almoços... Sobre muito pouco para gastar comigo, e muito menos para gastar com livros. Por isso, eu reclamo do preço: porque adoraria pagar o que esperam que eu pague, mas...

Vamos voltar a 2009, quando eu comecei a ler livros em inglês. Eu era apaixonada pelos livros do Nicholas Sparks (eu era uma criança, não sabia o que fazia, mas nada contra o Nicholas), mas pouquíssimos eram traduzidos por ser antes da grande fama dele por aqui. Os que tinham tradução custavam o dobro do preço de outros livros que eu queria comprar, e acabavam perdendo o posto de prioridade. Resultado: eu ficava sem ler. Até que eu finalmente decidi começar a ler em inglês (eu tinha uma boa base da língua, achei que seria ótimo para praticar), e me surpreendi. O livro, que custava trinta reais traduzido, custava dezesseis na língua original.

Esse preço, mais justo, era o preço do dólar convertido. Sei disso porque esses livros vinham com a informação de preço na capa, e às vezes custava oito dólares e eles colocavam à venda por dezesseis, sem nem ao menos acrescentar o preço da transportadora ou da importação (sou meio leiga com relação a isso, estou expondo o que sei). A partir daí, os livros em inglês viraram compra certa para mim. Além de serem ótimas ferramentas para compreensão da língua, eles me permitiam comprar dois livros de uma vez só.

É claro que esses livros eram aqueles de capa molinha, os paperbacks, mas não são só eles que ficam mais baratos não. Quando eu fui comprar uns livros em hardcover importados do John Green e do David Levithan, o total final da Amazon americana, com frete e tudo, ficava mais barato do que o total da Saraiva, por exemplo. Não sei se vocês entendem que isso é algo bem louco, mas é. Você importar um livro dos Estados Unidos, com frete, ficava mais barato do que pagar a uma empresa brasileira para te entregar o livro.

Pouco tempo depois, eu descobri o Book Depository. O Book Depository é o amorzinho de quem é leitor compulsivo de literatura estrangeira. Ele envia seus livros, hardcover ou paperback, dos Estados Unidos (tem também a versão britânica do site) sem valor de frete. O QUEEEE? COMO ASSIM? Pois é. Esse site é super confiável, sem frete e barato. Quando comprei meu Two Boys Kissing, em hardcover, ele chegou ultra embalado, cuidadinho, dentro do prazo, e por um preço mais do que justo (eu pagaria mais, confesso). O ruim é a espera de um mês para entrega, mas vale MUITO a pena.

Deixando os importados de lado, vamos aos livros brasileiros. Não acho que o preço deles seja muito absurdo não, ao contrário dos importados. A maior parte dos livros nacionais tem um preço mais justo, ou acaba abaixando de preço para atrair mais gente para comprar. Ainda assim, existem alguns que excedem um valor aceitável, e ficam na fila do "para depois".

O que eu percebo é que nós acabamos dando muita importância para a literatura "de fora". A maior parte das editoras faz uma divulgação muito maior dos livros que vai traduzir do que dos livros que vai apenas publicar, ou não aceita originais brasileiros por já estar com um número grande de livros estrangeiros na fila para publicação.

O argumento muitas vezes dado pelas editoras é que os brasileiros leem pouco e, por isso, compram poucos livros, o que faz com que o preço dos livros tenha de ser aumentado. Como podemos comprar mais se os preços são altos?

Para finalizar, queria só falar da questão física x virtual. Na maior parte das vezes, você visita o site de uma livraria e vê que aquele livro que você tanto quer por um preço mais em conta, então vai ver o frete e desiste, por ser caro demais. Acaba saindo mais barato comprar na livraria física do que no site. E tenho percebido que, ultimamente, tem existido um esforço para disponibilizar mais livros como ebooks, e esses ebooks com um preço mais em conta (por não existir gastos com papel ou transporte), mas também não é todo mundo que gosta do suporte dos celulares e tablets para leitura, certo?

Então, queridxs, deixo para vocês as minhas dicas:

- Entrem no site da Submarino e se inscrevaM na newsletter deles; eles sempre enviam emails com promoções e descontos que valem muito a pena;

- A Travessa faz entrega livre de frete para o Rio - e para São Paulo, se não me engano - e dá 20% de desconto na sua primeira compra no site. Você também pode fazer um cadastro que te dá descontos em compras futuras

domingo, 6 de abril de 2014

5 meses depois...





Você é o final de uma piada interna que eu não quis participar
e agora eu te vejo rir e penso que somos diferentes
e eu não vou mais mudar

Às vezes me pergunto se foi o iceberg que me afundou
ou se foi esse seu riso de canto e esse carinho tentador

No final do dia quando eu vou embora
eu sinto um peso que é meio você
e me lembro dos dias em que eu esperava uma semana inteira para poder te ver

O que foi que aconteceu?
E por que os minutos são anos que me fizeram envelhecer?
Como eu recupero toda a juventude que dois meses me fizeram perder?

Você é aquela overdose que eu passei a vida inteira tentando evitar
mas quando veio, eu não estava pronta
e eu tive que me drogar

Eu sempre me pego ouvindo o que você não falou
perdida tentando me reconstruir
presa naquilo que poderia ter sido amor

 
A foto foi tirada no Real Gabinete Português de Leitura.