sábado, 6 de dezembro de 2014

6/12


"irritable, adj.: You’ve become the fly in the room – the annoying and unnecessary pester that I cannot avoid."
Fui tomado por uma sensação estranha, que não sei como descrever. Começou com um sorriso um pouco mais longo por algo que você disse, e agora eu me pego memorizando as nuances de seu cabelo.

De vez em quando, meu coração acelerava, o chão parecia querer abrir debaixo de mim e eu não sabia como reagir.

Comecei a pensar em você e, de repente, passei a te ver mentalmente quase sempre, com mais frequência do que gostaria, o que me dava uma certa raiva.

Entrei em pânico. O que era essa sensação? Que coisa mais esquisita!

Então, ficou tudo pior. Eu queria te fazer rir, te encontrar, conversar. Queria te impressionar. E uma outra sensação estranha se juntou à outra, mas essa era uma velha conhecida: o medo.

Alguns dias eram bons. A sensação desconhecida me fazia muito bem. Eu me sentia disposto, feliz, determinado. Como se fosse capaz de fazer qualquer coisa e a vida valesse a pena.

Outros dias eram ruins. Eu mal queria sair da cama, me sentia desmotivado e triste. A ideia de que você jamais olharia para mim me deixava desnorteado. Queria que o colchão me engolisse.

Como uma coisa conseguia ser tão fácil e, ao mesmo tempo, tão difícil?

Às vezes, eu encontrava dificuldades para falar. Não porque eu não soubesse o que dizer, mas sim porque eu não conseguia dizer. Minha língua pesava dentro da boca e não cooperava.

Parei de tentar entender o que sentia e adotei a sensação como amiga. Foi um longo processo, mas cheguei à conclusão de que era a melhor escolha. Ela estaria lá sempre, eu precisava aprender a lidar com ela.

Alguns dias continuam sendo bons e outros continuam sendo ruins, mas não incomoda tanto quando você sorri.

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