Me apaixonei por "Canções de Apartamento". Mal ouvi e sabia que não teria mais volta. Meu coração palpitou, os olhos fecharam, os ouvidos se sentiram sortudos por poderem ouvir aquelas palavras.
Precisava fazer todos ouvirem o que aquele moço dizia, que era tão próximo do que o meu coração parecia querer dizer. Promovi o álbum com a loucura de uma fã histérica e boy band, e fiquei enormemente satisfeita quando quase todos se apaixonaram por "Tempo de Pipa".
Veio "Sábado", aquele lusco-fusco e a sensação de que, quando terminasse, ia vir o domingo e depois a segunda, e nada seria tão bom quanto era antes. Vivi um misto de querer amar e talvez não saber amar o todo.
E então, veio "A Praia". E eu não sabia mais como me sentir.
Porque todo o sentimento de antes era nada perto da sensação de que seu ser foi espalhado pelas letras e arranjos de umas canções. Porque não tem apartamento e não tem sábado que chegue perto daquela praia no fim da tarde, vazia, o mar fazendo seu vai-vem, embalando os pensamentos cheios e embolados.
Eu, que nunca fui fã de praia, me apaixonei perdidamente.
Não teve como me salvar. Na hora em que "O Bobo" anunciou a chegada do caminhão do gás, eu soube que era amor. Não me lembro de ter gostado tanto assim de um álbum nacional em muito, muito tempo, talvez nunca.
A Praia e eu estamos em um relacionamento sério. Assim como o resto das coisas na vida, não sei quanto tempo vai durar. A mim, resta esperar que dure bastante tempo.
Ou pelo menos até o próximo chegar.
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