sábado, 20 de junho de 2015

Amemos como somos

Em tempos de intolerância religiosa, homofobia e mais um monte de coisa negativa, poucas coisas me impedem de ir à loucura.

Uma dessas coisas é a amizade e o amor que eu sinto por esses amigos. Mesmo com seus defeitos, eles conseguem fazer com que eu tenha um pouquinho mais de fé na humanidade. Quando estou com os amigos (ou simplesmente falo com eles), eu penso que coisas boas podem acontecer, que nem tudo precisa ser feio e doente.



A questão é que eu sou intensa até demais. Isso é, ao mesmo tempo, um defeito e uma qualidade. Só que meus amigos lindos têm que aprender a lidar com toda essa intensidade e a minha necessidade física de abraçar o maior número possível de pessoas no menor espaço de tempo possível.

Sou extremamente carinhosa, abracenta, grudenta. E eu sei que nem todo mundo é assim, mas é um ponto tão forte da minha personalidade que quase nem dá para ser meu amigo se você não aceitar que VAI SIM ganhar abraço, dois até.

Hoje eu estava conversando com a Julia sobre amizades, e falei: "ah, tem aqueles amigos que eu fico anos sem ver, mas não deixam de ser meus amigos por isso". Assim que liguei o computador, encontrei um artigo no site do Geledés sobre frequência afetiva.

O autor, Eduardo Benesi, usa seus próprios amigos para dizer, basicamente, que devemos nos amar como somos - emocionalmente.

Em um trecho, ele diz:

"A ideia de 'frequência afetiva' a meu ver envolve muito de aceitar o que o outro tem pra te oferecer, mas principalmente o que ele não tem."

E eu parei para pensar nas minhas próprias amizades, e quis desesperadamente (olha aí a minha intensidade) escrever esse post em homenagem a essas pessoas tão maravilhosas e incríveis que enchem a minha vida de amor e esperança.

Para começarmos a respeitar as frequências afetivas dos amigos, precisamos pensar que cada amigo é sua própria pessoa. Às vezes, no meio dos nossos sentimentos, esquecemos que a outra pessoa também os tem, então sofre e fica feliz e ama e odeia e se magoa e...

Como não somos todos iguais (AINDA BEM, porque eu não aguentaria outra Ariel), cada um vai sentir e ser de uma forma diferente. Nós devemos levar isso em conta quando estamos com nossos amigos.

Temos que respeitar o espaço do amigo, o tempo e a disponibilidade. A pior coisa de qualquer relacionamento é o excesso de cobrança.

Por isso, eu gosto de pensar em cada amigo como uma caixinha. Cada caixinha contém um bocado de tralha, e um monte de maravilhosidades também. E cada caixinha vai ser aberta quando precisar ser aberta. Não faz sentido abrir a caixinha que não gosta de sair numa sexta à noite de tédio, do mesmo jeito que não serve abrir a caixinha que não gosta de conversar sobre sentimentalidades para um papo difícil.

Não dá para esquecer da humanidade e da individualidade do amigo. Vamos nos amar como somos, respeitar os defeitos e elogiar as qualidades, porque essa vida é muito rápida e bem difícil, e a gente precisa de sentimentos positivos por perto.

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